Irá ser lançada brevemente no canal americano Peacock, uma série com o mesmo nome do livro já publicado de Margareta Magnusson, The Gentle Art Of Swedish Death Cleaning ou numa tradução livre A Gentil Arte de Limpeza Sueca da Morte.
Nos últimos anos, têm surgido na literatura conceitos escandinavos como o termo Hygge que se relacionam com estilos de vida, abrangendo aspetos como o conforto, a satisfação e o bem-estar ou a qualidade de vida.
Surgiu recentemente o termo Dostadning que é uma mistura das palavras “morte” e “limpeza” na língua sueca. Referido no livro com o título original de What is Swedish Death Cleaning, que numa tradução livre podemos interpretar como A Gentil Arte de Limpeza Sueca da Morte, da autora Margareta Magnusson, uma artista sueca que se descreve como tendo entre 80 e 100 anos.
Por mais estranho ou mórbido que lhe pareça, trata-se exatamente de uma “limpeza da morte”: o processo de limpar a casa antes de morrer, em vez de deixar a tarefa para os seus entes queridos depois de partir.
Dostadning defende a limpeza pró-ativa e consciente dos bens antes da morte. A ideia é economizar aos parentes a tarefa complicada de tomar decisões sobre o que manter e o que deitar fora ou doar.
O livro reflete o simples facto de que todos vivemos vidas mais longas e isso leva, claro, a que tenhamos mais coisas, fugindo à tradição egípcia de ser-se enterrado com coisas que nos poderiam acompanhar na vida após a morte.
Na Suécia, as pessoas iniciam o processo quando têm cerca de 50 anos, desenvolvendo-o de forma lenta, mas progressiva, à medida que os anos passam. Magnusson, diz que as pessoas devem começar a pensar na limpeza da morte assim que tiverem idade suficiente para começar a pensar na sua própria mortalidade. “Não colecione coisas que você não quer”, diz ela. “Um dia, quando já não estiver por perto, a sua família terá de cuidar disso tudo, e eu não acho isso justo”.
As principais dicas da autora concentram-se principalmente nos bens materiais, mas ela sugere que se deve manter um livro com palavras-passe para que os familiares possam aceder mais facilmente aos dados online.
Magnusson defende que se deve conservar objetos sentimentais, como cartas e fotografias antigas. Ela própria possui uma “caixa descartável” que contém “coisas que são só para mim”. Quando ela morrer, os seus filhos sabem que podem simplesmente deitar fora aquela caixa, sem sequer precisar de ver o seu conteúdo.
No capítulo 20, escreve: “Não se esqueça. Depois de cada abate bem-sucedido, saia para um mimo e faça algo de que goste, como ver um filme”.
O método de “limpeza da morte” tem semelhanças com o método da famosa Marie Kondo: mantenha o que ama e livre-se daquilo que não ama. Mas enquanto Kondo diz às pessoas para deitarem fora, reciclarem ou doarem o que não querem, Magnusson recomenda dar coisas que já não se quer a familiares ou a amigos, “sempre que eles vierem para jantar, ou quando conseguir estar com eles”.
Esta obra pode ser uma boa forma de as famílias abordarem questões delicadas que podem ser difíceis de discutir.
Algumas pesquisas sugerem que a desorganização em casa pode elevar os níveis de stress e reduzir a produtividade. À medida que os adultos envelhecem, ter uma casa cheia de coisas também pode aumentar o risco de quedas e criar outros perigos para a saúde e a segurança.
Partilhamos uma entrevista da Margareta Magnusson, conduzida pela própria filha, onde a autora explica a importância desta Organização e Limpeza.
Recuando ainda à serie prestes a ser lançada nos Estados Unidos da América, uma equipa constituída por três suecos: um organizador, um designer de interiores e um psicólogo – conhecidos como os Death Cleaners – foram para os Estados Unidos ajudar as pessoas a enfrentar a morte e a mortalidade e lembrar nos de todas as maneiras pelas quais estamos vivos.
Veja o trailer da série aqui:
Um tema ainda tabu, que precisa de ser falado entre familiares porque pode fazer a diferença na Vida!
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A Organização e o Luto: organizar após a perda de um ente querido | LinkedIn
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